Os apoios públicos às artes e ao espectáculo seriam reduzidos, porque estamos em tempo de crise.
A Deputada do PS, Inês de Medeiros, que foi defender esta medida no Parlamento, alegou que os esforços têm que ser repartidos por todos (são???), e que o sector da cultura não compreenderia se ficasse de fora destes sacrifícios pedidos!
Foi esta afirmação incompreensível, que me levou a retorquir nesse debate, com ironia, que a esta representante do PS só faltou dizer que se não houvesse cortes na cultura, os agentes culturais deste país ficariam chateados com o Governo!
A Deputada do PS, Inês de Medeiros, que foi defender esta medida no Parlamento, alegou que os esforços têm que ser repartidos por todos (são???), e que o sector da cultura não compreenderia se ficasse de fora destes sacrifícios pedidos!
Foi esta afirmação incompreensível, que me levou a retorquir nesse debate, com ironia, que a esta representante do PS só faltou dizer que se não houvesse cortes na cultura, os agentes culturais deste país ficariam chateados com o Governo!
Ora, numa altura em que os agentes do sector da cultura deste país, se uniram para contestar esta medida governativa, virem dizer que o sector da cultura estava concordante com a medida!!....
E não era para menos, a contestação. Porque ela tocava inclusivamente projectos já aprovados, e que por estarem aprovados levaram os agentes culturais a requerer crédito bancário, a endividarem-se, contando depois com os apoios públicos que haviam de chegar.
Mas mais, a razão mais profunda desta contestação estava no corte a um sector que tem sido alvo já de uma total menorização em termos de investimento público (e o último Orçamento de Estado é prova disso mesmo), ao longo de vários anos, ou mesmo décadas. E quando o Primeiro-ministro, em tempo de campanha eleitoral, veio reconhecer que um dos erros que cometeu foi a pouca aposta na cultura, que deveria ter investido mais na cultura, não era correcto que fizesse corresponder os actos às palavras proferidas? É o mínimo que se exige de um governante sério!
E não nos aleguem a crise, por favor, porque os meios para combater a crise são diversíssimos e abrangentes.
E não era para menos, a contestação. Porque ela tocava inclusivamente projectos já aprovados, e que por estarem aprovados levaram os agentes culturais a requerer crédito bancário, a endividarem-se, contando depois com os apoios públicos que haviam de chegar.
Mas mais, a razão mais profunda desta contestação estava no corte a um sector que tem sido alvo já de uma total menorização em termos de investimento público (e o último Orçamento de Estado é prova disso mesmo), ao longo de vários anos, ou mesmo décadas. E quando o Primeiro-ministro, em tempo de campanha eleitoral, veio reconhecer que um dos erros que cometeu foi a pouca aposta na cultura, que deveria ter investido mais na cultura, não era correcto que fizesse corresponder os actos às palavras proferidas? É o mínimo que se exige de um governante sério!
E não nos aleguem a crise, por favor, porque os meios para combater a crise são diversíssimos e abrangentes.
O grande problema é que o Governo não quer, de todo, abranger as grandes fortunas e o sector financeiro no contributo para endireitar este país com uma mais justa redistribuição da riqueza, o mesmo é dizer com um contributo proporcional à riqueza existente. Afinal o sacrifício toca sempre aos mesmos, e isso é profundamente condenável e demonstra muito pouca coragem governativa.
Quanto ao sector da cultura, a medida era de tal forma injustificável e desnecessária, que o Governo recuou. A justiça flagrante não terá lugar desta vez, mas o próximo Orçamento de Estado responderá às dúvidas que assistem a este sector
Quanto ao sector da cultura, a medida era de tal forma injustificável e desnecessária, que o Governo recuou. A justiça flagrante não terá lugar desta vez, mas o próximo Orçamento de Estado responderá às dúvidas que assistem a este sector
Artigo de opinião da Deputada de "Os Verdes" na Assembleia da República, Heloísa Apolónia
in: setúbal na rede
in: setúbal na rede
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