A política precisa de verdade
Uma “Cidade que se queira atrativa” deve responder de forma básica às necessidades elementares dos seus cidadãos, cumprindo e fazendo cumprir a Lei fundamental que é a Constituição da República.
Uma dessas necessidades é a mobilidade e segundo o artigo 65º número 2 alínea a) da CRP devem as autoridades competentes programar e executar uma política de habitação inserida em planos de ordenamento geral do território e apoiada em planos de urbanização que garantam a existência de uma rede adequada de transportes e de equipamento social.
A Cidade do Montijo, hoje, não cumpre esses requisitos. A rede de transportes é insuficiente, deixando várias zonas sem transportes, outras zonas com horários insuficientes e esta situação tem vindo a agravar-se com a supressão de várias carreiras.
A política do operador de transporte rodoviário (TST) fruto da privatização, não segue uma política de serviço público, mas sim uma política que só visa o lucro. Relativamente ao operador fluvial (Transtejo) nos últimos tempos temos assistido ao cancelamento de várias carreiras em virtude da falta de barcos (manutenção deficiente ou falta dela). A acrescentar a tudo isto o preço praticado pelas transportadoras e a inexistência de um passe social único para a AML (Área Metropolitana de Lisboa) criam ainda mais dificuldades aos utentes.
Considerando que a promoção de uma mobilidade sustentável passa por favorecer o aumento da atratividade dos transportes coletivos face ao transporte individual, elevar os padrões de qualidade que devem ser alcançados pelo reforço da acessibilidade e pela melhoria de qualidade na prestação do serviço público de transporte, o que supõe maior integração a todos os níveis entre as redes de transporte existentes, uma aposta na renovação das frotas em veículos amigos do ambiente e por uma rede de transportes coletivos de passageiros, rede urbana essa que, nas atuais condições que a cidade vive e em várias zonas da cidade, constituirá, quando completa, a solução mais consistente para uma melhoria estrutural na regularidade e fiabilidade na prestação do serviço público, com ganhos para os utentes e para o ambiente.
A Câmara Municipal do Montijo quando questionada pela falta de um plano de mobilidade para o Concelho responde que o mesmo será elaborado quando existir dinheiro. Esta resposta foi dada em plena sessão de Câmara ou seja, a Câmara Municipal e o seu Presidente demitem-se das suas responsabilidades mostrando incapacidade de gestão e de planeamento.
Não basta dar entrevistas enganosas para os Munícipes, em 24/01/2000, ao “Setúbal na Rede” dizia o então vereador Nuno Canta “A Câmara quer ligar o centro da cidade às zonas envolventes através de um circuito de eléctricos tradicionais e o projecto está ao abrigo da reconversão da zona ribeirinha do concelho”, mas dizia mais “neste aspeto as câmaras não podem estar de mão estendida à espera que venha o dinheiro para fazer obra”, “têm que arrancar por si e depois provar a importância dos seus projetos”.
Em 18/11/2015, Nuno Canta Presidente afirma “A Câmara de Montijo tem as contas em dia”, é caso para perguntar face ao acima exposto se é falta de competência ou as contas são outras?
Olhando para aquilo que vai ser o próximo orçamento municipal para 2017 é caso para dizer que o Montijo vai ficar a ver eléctricos.
O Montijo merece mais e melhor!