sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Os frágeis argumentos de Sócrates


Têm sido diversíssimas as medidas com grande gravidade social que o Governo tem tomado. Tem sido confrangedor assistir à forma como o Governo tem contribuído para estrangular a nossa economia interna, em nome de um défice que quer cumprir com a União Europeia. Este défice vale tudo, para Sócrates. O seu compromisso é com Merkel e com Sarkosy, não é com o povo português.

É neste quadro e em nome deste objectivo que Sócrates, à falta de argumentos e sustentado na certeza de que o descontentamento se vai generalizando cada vez mais, porque as dificuldades sociais aumentam substancialmente, vai dizendo que ganhou as eleições e que se ganhou as eleições ele é que sabe o que há-de fazer. Ganhar as eleições dá-lhe direito a estrangular o país? Ele nem sequer está a cumprir o programa eleitoral com o qual se candidatou às eleições! Não tinha assumido o compromisso de não aumentar impostos? Não era nesse programa que dizia que manteria as SCUT em nome do combate às assimetrias regionais e ao desenvolvimento das regiões mais deprimidas?...

Quando um 1º Ministro argumenta as suas decisões com base no facto de ter ficado em primeiro lugar numas eleições, achando que isso lhe dá até o direito de alterar o programa eleitoral como bem entende, está tudo dito sobre a forma de estar na política de pessoas assim.

Entretanto, Sócrates arranjou outro "argumento" que deve considerar relevante para se manter no poder: a estabilidade política. Mas o que é a estabilidade política para Sócrates? Está mais que visto: estabilidade política para Sócrates é manter-se no poder, a decidir o que bem entende, sem que ninguém o chateie. Um povo submisso, vítima das maiores barbaridades políticas, caladinho e ordeiro é o que Sócrates deseja acima de tudo. É, de resto, uma pessoa intolerante à diferença de opinião, como diversas vezes já demonstrou. Mas talvez seja importante recordar ao 1º Ministro que este povo não é insensível, que pensa, avalia, sente e, claro, reivindica, pede melhor, pede que olhem às consequências das medidas que tomam!

Sócrates derrota-se pela sua própria acção, e Passos Coelho começou a descredibilizar-se logo que assumiu a presidência do PSD... a pedir desculpa ao país por ter feito o que dissera que jamais faria (ajudar o PS a aumentar o IVA). Depois veio com a revisão da constituição, como se esse fosse o problema do país, ou talvez para demonstrar uma diferença em relação ao PS (que não precia de rever a constituição para fazer o que o PSD diz que é preciso fazer).

Quando é que se perceberá que esta gente brinca com o país e que, de uma vez por todas, já demonstraram que não são alternativa na alternância que têm feito?
artigo de opinião da Deputada do PEV, Heloísa Apolónia publicado no Setúbal na Rede
http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=12984

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