Há 10 anos definiram-se metas, para o mundo, para diminuir substancialmente os níveis de pobreza que envergonham a humanidade – eram os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), que estabeleciam 8 prioridades com metas definidas para o ano de 2015. Deixo hoje aqui apenas umas palavras de revolta!
Sim, porque neste momento é de revolta que se trata. 2015 está perto de mais e os ODM estão longe de mais! Hoje já toda a gente sabe que reduzir em 2/3 a mortalidade infantil é uma utopia, que reduzir em 75% a mortalidade das mulheres por razões de gravidez ou parto é uma utopia, já toda a gente sabe que os ODM foram uma declaração de intenções e que tudo se tornou utópico ou irrealizável porque não houve vontade política para os tornar concretizáveis.
Porque o objectivo neste mundo continua a ser a maior e maior concentração de riqueza, mesmo sabendo que o pressuposto inevitável, que a moeda de troca é a manutenção e a generalização da pobreza. Sim, porque todos os problemas relacionados com os ODM são o grassar da pobreza. Há milhões de pessoas no mundo que são condenadas à pobreza perpétua. As mulheres pobres têm muito mais probabilidade de morrer indevidamente, uma criança pobre tem muito mais probabilidade de morrer. Vivemos num mundo onde as pessoas têm oportunidades de viver em função do sítio do globo onde têm o acaso de nascer.
Se todo o financiamento se esbanja a salvar bancos (que continuam a gerar lucros inimagináveis) ou em guerras estéreis, não é de questionar, afinal, em que mundo vivemos nós? Que sistema político e económico é este que impera no mundo e nos impede de gerar o mínimo de dignidade a milhões e milhões de seres humanos?!
Quando em África continuam a morrer crianças porque não tiveram um comprimido para atacar a febre, quando continuam a morrer milhares de crianças por dia porque não têm acesso a água potável, quando continuam a morrer mulheres porque engravidaram, é revolta e indignação que se pede!
Traçar objectivos não custa, o que custa é cumpri-los. É por aí que se medem os governantes – quem cumpre e quem não cumpre. E para os cumprir é preciso primeiro vontade política e depois instrumentos financeiros adequados a cumprir esses objectivos. A ajuda pública ao desenvolvimento tem sido perpetuadora da realidade dramática que se vive neste mundo, porque claramente insuficiente.
A solução sabe-se qual é. É preciso materializá-la. A nós compete-nos exigi-la, exigi-la até ela se tornar uma realidade. Levantar a nossa voz, insistir nas nossas propostas, até atingirmos os nossos objectivos… e os ODM são objectivos! 5 anos… e falta quase tudo por fazer! Diz-se agora que estamos numa crise internacional... mas não perceberão que numa crise internacional estivemos, estamos e estaremos sempre que uma boa parte da humanidade continuar a viver e a morrer de pobreza???
Este mundo precisa de novas prioridades, urgentemente!!
Sim, porque neste momento é de revolta que se trata. 2015 está perto de mais e os ODM estão longe de mais! Hoje já toda a gente sabe que reduzir em 2/3 a mortalidade infantil é uma utopia, que reduzir em 75% a mortalidade das mulheres por razões de gravidez ou parto é uma utopia, já toda a gente sabe que os ODM foram uma declaração de intenções e que tudo se tornou utópico ou irrealizável porque não houve vontade política para os tornar concretizáveis.
Porque o objectivo neste mundo continua a ser a maior e maior concentração de riqueza, mesmo sabendo que o pressuposto inevitável, que a moeda de troca é a manutenção e a generalização da pobreza. Sim, porque todos os problemas relacionados com os ODM são o grassar da pobreza. Há milhões de pessoas no mundo que são condenadas à pobreza perpétua. As mulheres pobres têm muito mais probabilidade de morrer indevidamente, uma criança pobre tem muito mais probabilidade de morrer. Vivemos num mundo onde as pessoas têm oportunidades de viver em função do sítio do globo onde têm o acaso de nascer.
Se todo o financiamento se esbanja a salvar bancos (que continuam a gerar lucros inimagináveis) ou em guerras estéreis, não é de questionar, afinal, em que mundo vivemos nós? Que sistema político e económico é este que impera no mundo e nos impede de gerar o mínimo de dignidade a milhões e milhões de seres humanos?!
Quando em África continuam a morrer crianças porque não tiveram um comprimido para atacar a febre, quando continuam a morrer milhares de crianças por dia porque não têm acesso a água potável, quando continuam a morrer mulheres porque engravidaram, é revolta e indignação que se pede!
Traçar objectivos não custa, o que custa é cumpri-los. É por aí que se medem os governantes – quem cumpre e quem não cumpre. E para os cumprir é preciso primeiro vontade política e depois instrumentos financeiros adequados a cumprir esses objectivos. A ajuda pública ao desenvolvimento tem sido perpetuadora da realidade dramática que se vive neste mundo, porque claramente insuficiente.
A solução sabe-se qual é. É preciso materializá-la. A nós compete-nos exigi-la, exigi-la até ela se tornar uma realidade. Levantar a nossa voz, insistir nas nossas propostas, até atingirmos os nossos objectivos… e os ODM são objectivos! 5 anos… e falta quase tudo por fazer! Diz-se agora que estamos numa crise internacional... mas não perceberão que numa crise internacional estivemos, estamos e estaremos sempre que uma boa parte da humanidade continuar a viver e a morrer de pobreza???
Este mundo precisa de novas prioridades, urgentemente!!
artigo de opinião da Deputada de "Os Verdes" na Assembleia da Repúbllica, Heloísa Apolónia, publicado no setúbal na rede em 19/5/2010
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