Uma delegação do Partido Ecologista “Os Verdes” entregou hoje,
no Ministério do Ambiente, as tradicionais “lembranças de férias”, que os
turistas levam quando visitam o nosso país: dois postais que
reflectem o actual estado ambiental do país, um país lavrado pelos incêndios e
onde os eucaliptos se expandem descontroladamente e, em contraponto, uma T-shirt
em defesa das espécies florestais nativas, neste caso o sobreiro.
Com
esta iniciativa, “Os Verdes” pretenderam que na abertura do “ano político” as
questões ambientais não ficassem à margem do debate e que o Governo fosse
confrontado com as consequências das opções que o mesmo pretende tomar nestas
áreas. Opções estas, nomeadamente a alteração da legislação sobre Arborização e
Rearborização, que vêm desregular ainda mais o sector florestal e escancarar as
portas à expansão do eucalipto, agravando os riscos de incêndio, degradando a
paisagem, aumentando o empobrecimento dos solos e da biodiversidade, gerando
mais isolamento e desertificação.
Para “Os Verdes” estas opções do
Governo pró-eucaliptização, só servem os interesses económicos das celuloses e
de alguns proprietários, descurando totalmente os impactos ambientais, o
interesse global e o do desenvolvimento sustentável do país. É importante
relembrar que se o sector das celuloses é economicamente relevante, também o
sector da cortiça é. Este último ocupa um lugar importante nas exportações e
contrariamente ao eucalipto gera mais valia social, cultural e ambiental. Ora na
revisão da Lei que a antiga Autoridade Nacional para a Floresta apresentou, o
sobreiro aliás, como as outras espécies arbóreas nativas são secundarizadas e
ficam desprotegidas.
No encontro decorrido, e na qual a Ministra se fez
representar pelo seu Chefe de Gabinete, o Dr. Duarte Bué Alves, “Os Verdes”
deixaram claro:
- Que perante a violência dos incêndios que têm vindo a afectar o país, será não só fundamental avaliar as falhas nos meios e na coordenação do combate aos incêndios, mas será também e ainda essencial avaliar as debilidades do próprio estado da floresta, e da sua falta de “imunidade” contra os incêndios, decorrentes do incumprimento ou da inadequação dos instrumentos legislativos relativos à protecção e prevenção da floresta contra os fogos florestais e, ainda, de um desordenamento florestal que tem permitido a expansão de espécies exóticas altamente inflamáveis, tais como o eucalipto, as acácias, entre outras, inclusive em Áreas Protegidas. Avaliação esta que é da responsabilidade do Ministério do Ambiente e da Agricultura;
- A sua total recusa da liberalização do plantio de eucaliptos. Liberalização que irá promover ainda mais a expansão do eucalipto. Espécie que, nos últimos 20 anos, não tem parado de avançar e que no último inventário florestal nacional de 2010, já representava 23% das espécies de árvores em Portugal (em pé de igualdade com o sobreiro).
- Pelo acompanhamento que sempre fizeram no terreno, que o aumento de eucaliptização do país gerou um estado de debilidade crónico na prevenção e no combate aos incêndios florestais, que tem de ser rapidamente debelado e não agravado com a alteração da Lei.
“Os Verdes” desafiaram a tutela do ambiente para que não avançasse com
nenhuma alteração da legislação sobre Arborização e Rearborização antes desta
ser sujeita a um amplo debate público e levada à Assembleia da República para
recolha das críticas e sugestões de todas as forças políticas.
Gabinete de Imprensa de “Os Verdes”
Lisboa, 05 de Setembro de 2012
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