terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A CAMINHAR E A PEDALAR POR UMA SOCIEDADE INCLUSA



Uma sociedade inclusa pressupõe compreender toda uma realidade simultaneamente complexa e presente em todos os grupos. Todavia a maior dificuldade, para alguns, surge quando têm de lidar com a diferença. A dificuldade que sentem quando deparam com situações desse tipo revela a fragilidade diante do convívio com a diferença. Por vezes, é o reflexo da falta de conhecimento, uma vez que perante o desconhecido o primeiro impulso é ficar de “pé atrás”, e na maior parte das vezes, rejeitar.
Assim, conhecer é o primeiro passo para se aceitar, ou não, as diferenças dos outros, ou seja, conhecer para aceitar.
A sociedade inclusa que defendemos é uma sociedade para todos, independentemente da origem étnica, de sexo, idade, religião, raça, cultura ou deficiência.
Uma sociedade inclusa que valorize a diversidade humana e fortaleça a aceitação das diferenças individuais. É com ela que se aprende a importância de pertencer, conviver e construir um mundo de oportunidades para todos. Na sociedade inclusa que preconizamos todos são cidadãos responsáveis pela qualidade de vida do semelhante, por mais diferente que ele seja, ou pareça ser.
Uma sociedade que não seja só aberta e alcançável a todos os grupos, mas que promova a participação; que acolha e aprecie a diversidade e que tenha como objectivo principal a oferta de oportunidades iguais para todos.
A sociedade inclusa que almejamos deve pautar-se pela promoção da igualdade, seja quanto ao género, quanto à nacionalidade, quanto à orientação sexual ou garantindo a não discriminação em caso de motivo agravado de saúde, como no caso do HIV Sida, seja, ainda, em função das condições económicas, erradicando as taxas que os bancos cobram às pessoas com contas bancárias menos recheadas.
É com este espírito de defesa de um Mundo para todos, de uma sociedade onde haja lugar, não só para os “sem”, sem abrigo, sem trabalho, sem papéis (imigrantes não legalizados), como também combater todas as formas de discriminação, incluindo de credo, por deficiência, ou ainda a pessoas idosas, que OS VERDES organizam, participam e combatem de forma activa e actuante na iniciativa “A Caminhar e a Pedalar Por uma Sociedade Inclusa” no dia 10 de Maio de 2009.
Nesta iniciativa, “Os Verdes”, pretendem chamar a atenção para as seguintes questões:

1. A falta de apoio aos mais velhos por parte da administração central, mostrando assim a injustiça das reformas reduzidas, das ajudas técnicas insuficientes, da informação escassa sobre as poucas possibilidades ainda oferecidas a quem tem tanto de experiência e de vida para dar à nossa sociedade, uma vez que o idoso é discriminado no ambiente familiar, no transporte colectivo, nos bancos, em pequenos ou grandes actos – o motorista que não pára no local indicado, o atendimento incorrecto ao nível da saúde, nas filas –, e a falta de políticas públicas que assegurem e garantam dignidade a essa faixa da população.

2. O actual Pacto Europeu sobre Imigração e Asilo – Pacto Sarkozy, que vem não só trazer perseguição para a maior parte dos imigrantes em situação irregular, sem papéis, como também agravar ainda mais a preocupação dos cidadãos estrangeiros e nacionais e potenciar a marginalidade e fomentar a xenofobia.

3. A nova Lei da Nacionalidade Portuguesa, apesar de prever a possibilidade do imigrante que esteja integrado no mercado de trabalho, poder regularizar a sua situação junto da segurança social e das finanças, e por essa via obter uma autorização de residência, atribui, no entanto, um grande poder discricionário, ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, levando a que muitos dos imigrantes, mesmo reunindo aqueles requisitos, não consigam, ainda assim, obter a respectiva autorizações de residência. Isto significa que, com este sistema, vamos continuar a ter muitos imigrantes ilegais o que, do ponto de vista social, mas não só, pode ser bastante nocivo para a nossa sociedade.

4. As barreiras arquitectónicas sociais ou de qualquer outra natureza, continuam a não fazer parte integrante dos planeamentos, o que dificulta imenso a vida das pessoas portadoras de deficiência ou mobilidade reduzida. Por isso, defendemos, não só, a promoção de um espaço para a diferença, como também, o alargamento do ensino especial.

5. As taxas que os bancos cobram às pessoas com contas bancárias reduzidas, são a nosso ver completamente imorais, sobretudo em período de crise, onde milhares de famílias se encontram completamente reféns dos seus empréstimos e os bancos continuam a engordar com os seus fabulosos lucros.

6. Pela igualdade de género e orientação sexual, neste contexto apresentamos na Assembleia da República um Projecto-lei a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, gorado, como é público pelo Partido Socialista.

Para "Os Verdes" a defesa de um mundo para todos, faz parte do nosso património genético de de que nos orgulhamos e procuramos honrar.
Artigo de opinião de Jorge Manuel Taylor, Dirigente Nacional do Partido Ecologista “Os Verdes”.

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