A Deputada Heloísa Apolónia, do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que pede esclarecimentos ao Governo, através do Ministério das Obras Públicas,Transportes e Comunicações sobre o encerramento, pela CP, da ligação ferroviária directa regional Barreiro/Faro.
No próximo domingo, dia 13 de Dezembro, a CP cometerá um novo erro de encerramento de uma resposta ferroviária necessária às populações. Refiro-me ao encerramento da ligação regional directa Barreiro / Faro. Actualmente este comboio regional directo faz duas ligações do Barreiro a Faro, uma com partida às 6h,43mn e outra com partida às 18h,07mn, com um tempo de viagem de 4h,20mn e com um custo para o utente de 14,20€.
No próximo domingo, dia 13 de Dezembro, a CP cometerá um novo erro de encerramento de uma resposta ferroviária necessária às populações. Refiro-me ao encerramento da ligação regional directa Barreiro / Faro. Actualmente este comboio regional directo faz duas ligações do Barreiro a Faro, uma com partida às 6h,43mn e outra com partida às 18h,07mn, com um tempo de viagem de 4h,20mn e com um custo para o utente de 14,20€.
A partir do dia 13 de Dezembro, a CP dificulta esta ligação tornado-a directa apenas de Setúbal a Tunes, o que significa que do Barreiro a Setúbal e de Tunes a Faro, ou a outros pontos do Algarve, como Albufeira, Loulé, Almancil e outros, as ligações são feitas através de comboios urbanos. Significa, portanto, que um utente que fazia no comboio regional uma viagem directa do Barreiro a Faro, passará a fazer uma viagem com dois transbordos (um em Setúbal e outro em Tunes).
Mas significa mais: a viagem tornar-se-à mais longa, passando a aproximadamente cinco horas de duração, será mais cara para o utente em quase dois euros, e neste enquadramento, será um factor de desmobilização dos utentes para a utilização deste transporte. Julgo poder afirmar que um dos interesses da CP parece ser que os utentes desistam da utilização que hoje fazem do comboio regional, para passarem a usar o Intercidades ou o Alfa-pendular, de modo a que a empresa obtenha mais lucro e até um argumento para mais tarde acabar com o comboio regional. Ocorre que, os utentes, por razões de custo, de tempo de viagem e de oferta horária podem tender, até, a preferir o transporte rodoviário, o que inverte as necessidades de paradigma de mobilidade de que o nosso país precisa.
Esta decisão da CP é escandalosa, do nosso ponto de vista:
1º Porque vai contra os interesses dos utentes e da necessidade de reforço da facilidade das ligações ferroviárias regionais, entre as diferentes localidades do país;
2º Porque numa altura em que se realiza a Conferência de Copenhaga, com vista à definição de metas para o combate às alterações climáticas, tudo deveria ser feito para o fomento do transporte ferroviário e não para a fragilização da sua resposta, porque este se trata, de facto, de um dos modos menos poluentes de transporte;
3º Porque se fez um investimento (concretizado ao fim de tantos anos de reivindicação) na linha ferroviária do Sado, com a sua electrificação, e agora, numa penada, desvaloriza-se esta linha com o encerramento da ligação directa do Barreiro ao Algarve.
Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Exa O Presidente da Assembleia da República que remeta, ao Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, a presente Pergunta, por forma a que me possam ser prestados os seguintes esclarecimentos:
1. Que motivo leva a CP a decidir encerrar esta ligação regional directa Barreiro /Faro?
2. Tomou o Governo alguma diligência no sentido de alertar a CP para os malefícios decorrentes desse encerramento?
3. Tem o Governo consciência de que esta decisão da CP torna a viagem mais longa, mais desconfortável e mais cara para os utentes?
4. Qual o número de utentes que frequenta estes comboios regionais directos Barreiro /Faro?
5. Numa altura em que o combate às alterações climáticas tem que assumir um papel central nas políticas governativas, como se entende que se fragilize, desta forma, o transporte ferroviário, sabendo que o sector dos transportes é o que mais tem aumentado as emissões de gases com efeito de estufa e que, por isso, requer uma intervenção urgente de alteração do paradigma de mobilidade, com um fomento prioritário para o transporte ferroviário?
6. Quanto custou, no total, a electrificação da linha do Sado?
7. A modernização da linha do Sado, à partida, traria evidentemente condições para a valorização desta linha ferroviária. Mas com decisões como a de encerramento do comboio regional Barreiro / Faro, não de torna óbvio que esta linha ferroviária perde centralidade?
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