segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Resíduos Sólidos Urbanos: Reduzir, Reutilizar e Reciclar

Os resíduos sólidos urbanos e as estratégias de gestão e valorização destes resíduos, com especial enfoque na prevenção, onde o papel do cidadão é mais importante.

Os resíduos sólidos urbanos são aqueles que se geram na nossa actividade de cidadãos, nas nossas habitações, zonas de lazer ou outras, motivo pelo qual também são conhecidos por resíduos domésticos ou equiparados. Os resíduos provenientes de pequenos comércios e indústrias, desde que tenham a mesma natureza dos resíduos urbanos e uma produção inferior a 1.100 litros por dia, também se englobam nesta classe de resíduos.

1. Resíduos Sólidos Urbanos: sua composição e produção

Os resíduos sólidos urbanos são um conjunto heterogéneo de resíduos orgânicos (restos de comida, fruta e legumes, etc), resíduos de embalagem, quer sejam papel/cartão, vidro, plásticos e metais e outros resíduos.

Em Portugal, a produção média diária é de 1,26 kg por habitante, e em Portugal Continental a produção anual ronda as 4,6 milhões de toneladas (valores de 2006). Em termos percentuais e de acordo com estudos recentes publicados pela Agência Portuguesa do Ambiente podemos dizer que, em Portugal, 35,9% dos componentes dos nossos resíduos são matéria orgânica e cerca de 43% materiais recicláveis.

2. Valorização e Tratamento adequado dos Resíduos Sólidos Urbanos

Fruto da experiência de muitos anos a conviver com os resíduos sólidos urbanos, com os impactes que eles causam e com as oportunidades que geram, está consagrada na legislação nacional e na europeia, uma hierarquia para o tratamento/valorização de resíduos sólidos urbanos, que prioriza a prevenção, seguida da reutilização e da reciclagem orgânica e multimaterial de resíduos, aparecendo como últimas opções, a valorização energética e o confinamento técnico de resíduos em aterros sanitários.

São estas orientações que estabelecem as melhores práticas no domínio da produção, tratamento e valorização dos resíduos sólidos urbanos:

1º Prevenção na Produção de Resíduos Sólidos Urbanos;

2º Reutilização e Reciclagem Orgânica e Multimaterial de Resíduos Sólidos Urbanos;

3º Valorização Energética e o Confinamento Técnico de Resíduos Sólidos Urbanos em Aterros Sanitários.

Nos aterros sanitários, a matéria orgânica não se decompõe como se pensava e o homem criou muitos materiais que a Natureza não tem capacidade para degradar. Os terrenos escasseiam à volta das grandes cidades, onde a produção de resíduos sólidos urbanos é maior. As populações resistem à construção de novos aterros. Os terrenos estão mais caros e o transporte de resíduos sólidos urbanos é dispendioso.

Depois de os resíduos sólidos urbanos serem postos nos Ecopontos, procede-se a uma triagem multimaterial de resíduos, quer sejam papel/cartão, vidro, plásticos e metais ou outros resíduos, em locais apropriados para o efeito que contribuem para a criação de vários postos de emprego.

3. Prevenção na Produção de Resíduos Sólidos Urbanos

A atitude correcta de um cidadão consciente é a de prevenir a produção de qualquer tipo de resíduos. Pode ser quantitativa (redução da quantidade) ou qualitativa (redução da perigosidade). A prevenção inclui os esforços de redução e reutilização, diminui os custos de fabrico, tratamento e deposição, o consumo de recursos naturais e a emissão de gases de estufa.

3.1 Boas práticas de prevenção na produção de resíduos sólidos urbanos

Prevenção na produção de embalagens
- Consumo da água da rede pública para redução das embalagens de plástico;
- Utilização de sacos de pano ou trolleys para transportar as compras do supermercado;

- Utilização da lancheira para acondicionar e transportar o lanche das crianças para a escola em vez de refeições embaladas.

Prevenção na produção de resíduos orgânicos
- Promoção da compostagem caseira (em casa, a título individual, ou comunitária);
- Implementação de menus “dose certa” em casa e no sector da restauração – cozinhar de acordo com as necessidades do agregado familiar ou clientes (no caso da restauração), a nível de quantidade, nutrientes e calorias, evitando o desperdício.

Prevenção na produção de papel
- Distribuição de autocolante “Publicidade não Endereçada”, a colar na caixa do correio;
- Evitar a impressão de documentos desnecessários em papel. Optar sempre pela versão em digital.

Prevenção na produção de resíduos perigosos de pequena dimensão
- Recolha de termómetros de mercúrio e posterior substituição por outros mais seguros;
- Fomentar a renovação de equipamentos eléctricos e electrónicos mais antigos e com “constituintes” perigosos por outros mais recentes e eficientes;
- Utilizar os ecocentros para depositar embalagens de produtos com algum potencial de contaminação (por exemplo, tintas, vernizes, etc.).

É importante a participação do cidadão comum em práticas quotidianas que favoreçam a correcta gestão dos resíduos sólidos urbanos.

Fonte: Portal de Ambiente e Sustentabilidade

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