A população de roazes-corvineiros do rio Sado é a única no País e uma das poucas no Mundo. A população de roazes-corvineiros do rio Sado, em Setúbal, atrai anualmente largos milhares de turistas, nacionais e internacionais. O Instituto de Conservação da Natureza (ICNB) considera que “as visitas são importantes no âmbito da educação ambiental”. “O trabalho das empresas que organizam passeios de barco para observação de golfinhos é muito importante”, disse à Lusa Marina Sequeira, do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB). “Não só porque ajudam à monitorização da população de roazes, mas também pelo trabalho que desenvolvem junto dos turistas e escolas, em termos de educação ambiental”, explicou. Por isso, estas empresas, que trazem largos milhares de visitantes ao Sado todos os anos, são parte integrante do plano de acção elaborado pelo ICNB para travar o declínio da população de roazes e melhorar o seu estado de conservação até 2013, orçado em 2,5 milhões de euros. “A população de roazes-corvineiros do Sado, a única no país, corre risco de extinção. Neste momento são apenas 25 indivíduos, sobretudo idosos. O número de golfinhos não parou de decrescer durante os últimos 20 anos”, explicou a bióloga. “Envelhecidos, os animais têm dificuldades de reprodução e para além disso enfrentam, no seu habitat, perturbações que não facilitam o crescimento e a manutenção da população”, disse ainda. “As empresas de observação de golfinhos estão, por isso, obrigadas a respeitar o código de conduta constante do decreto lei que regulamenta a observação de cetáceos”, terminou. Steven Gales, 55 anos, veio do Reino Unido com a mulher e três filhas para “conhecer a Arrábida e o Parque Natural”: “Era incontornável a visita aos golfinhos, eles foram um argumento para a escolha do destino”, afirmou. Meilve Gatermann, 40 anos, trouxe, da Alemanha, a filha e o marido para “umas férias em Cascais”: Num guia turístico encontrámos esta sugestão. Foi uma experiência muito agradável”, disse. De mais perto veio Ana Marto, que trouxe, de Viseu, os dois filhos pequenos para verem os golfinhos: “Não sabemos se daqui a um par de anos cá estarão e decidimos vir agora. É um espectáculo vivo. Voltaremos, decerto, porque, por mais que se reveja, as imagens não se repetem”, afirmou. “Temos um papel importante, de sensibilização”, afirmou Maria João Fonseca, da Vertigem Azul, uma das cinco empresas de observação de golfinhos autorizada a organizar visitas no Sado, e que tem feito a monitorização da população. “Falamos desta população, das suas características, alertamos para os perigos que eles enfrentam, passamos a mensagem de alerta. Talvez seja esse o nosso maior contributo”, disse.
Fonte: Lusa
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